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Atualizado: 24 de ago. de 2020

Uma pessoa que vive a sabedoria, a transforma em conhecimento.

Agora eu vou desvendar a vocês o segredo de como você pode transformar sabedoria em conhecimento…


Para tanto, eu preciso te contar como eu cheguei a essa conclusão com a minha experiência no Caminho da Prece,...


A escolha de percorrer o Caminho da Prece se baseou por ser um caminho curto, de três dias. Um percurso de 71 quilômetros de Jacutinga à Borda da Mata, uma oportunidade de compartilhar e incentivar a prática da caminhada com os amigos.


No primeiro dia, tomei o café da manhã na pousada bem tranquilo e sem pressa de sair caminhando.


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Começamos a caminhar, e logo fizemos uma parada na "Casa do Peregrino" para tirar uma foto do painel do amigo Polly, o idealizador do caminho.


Eu sabia que o primeiro dia de caminhada era por um trecho bem fácil, sem grandes dificuldades.

E saí caminhando em um ritmo bem mais lento do que de costume, tirando fotos, sem nenhuma preocupação de chegar logo ao destino.


Estava programado um almoço no meio do caminho e por isso mesmo e saí sem lanche de trilha, e só na hora que bateu a fome no estômago é que lembrei de que deveria ter levado comigo pelo menos uma barra de cereais ou uma fruta.


Chegando próximo ao horário do almoço, meio dia, apareceu um sol abrasador, diminuí o ritmo da caminhada e assim cheguei lentamente ao bairro dos Peitudos, sem energia, fraco e morrendo de fome.


E para minha surpresa, o grupo foi recebido no salão paroquial da igreja com uma bela de uma refeição caipira, com comidas típicas da região mineira.


Satisfeito e de barriga cheia, logo veio um sono incontrolável. Eu tirei as botas, as meias, encontrei um lugar fresco no chão para me deitar, joguei as pernas para cima e de tão cansado que estava, logo, dei uma bela de uma cochilada.

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Durante a soneca uma voz me veio à cabeça: “Melhor você parar de caminhar e pegar o carro de apoio”.


As duas horas da tarde, era hora de recomeçar a caminhada, fazia um sol de “rachar mamona”, e como era de se esperar, me bateu uma preguiça danada. Estava sem forças para continuar caminhando.


E só consegui me levantar do chão com a ajuda dos amigos, que me deram além da mão, a força e coragem para me reerguer e voltar a caminhar, e assim consegui resisti a tentação de pegar o carro de apoio.


Em um trecho fácil do caminho, por descuido, transformei-o em um pesadelo, tive que enfrentar uma resistência que atormentou os meus pensamentos fazendo de tudo para eu desistir a continuar atingir o meu objetivo.


A noite, participamos da missa dos peregrinos, e eu, o escolhido para carregar a cruz na procissão de entrada da celebração até o altar da igreja.


Até aí nada de mais, ao final da missa, o Padre abençoou a todos pedindo proteção aos peregrinos do Caminho da Prece.


No segundo dia, caminhamos até Inconfidentes, onde fizemos a tradicional parada para saborear os irresistíveis pastéis do bar do Maurão. E lembrando de que eu tinha que lutar contra as minhas resistências, resisti ter o olho maior que a barriga, mesmo assim comi três pastéis.


De energia recuperada, segui o caminho por uma subida que parecia não ter fim; o sol bateu forte, e o tempo seco dificultava a minha respiração, tornando a subida “uma pedreira” e bem mais penosa do que parecia ser.


Caminhando em ritmo lento, cheguei ao ponto mais alto do caminho, a “Cruz de Pedra”, que foi inspirado na Cruz de Ferro do Caminho de Santiago, onde depositei uma pedra trazida de São Paulo, como símbolo de perdão e desapego.


É a hora de romper das costas todo o peso que carregamos.

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Ao final do segundo dia, precisávamos esperar todos os peregrinos chegarem no Bar da Ziza, para de ônibus nos levar até a pousada em Borda da Mata.


Os primeiros que chegavam, aguardavam os demais, enquanto isso, descansavam, se hidratavam, bebiam cerveja e, alegres faziam a maior festa.


Cada peregrino que alcançava o ponto final, era recepcionado pelos demais amigos com muita alegria, cantoria e palmas.


No terceiro e último dia, o caminho me levou à reflexão. Caminhando sozinho, meditei sobre tudo o que tinha passado desde o início do caminho:


No primeiro dia pude refletir de como a mente nos boicota, como eu tive que lutar e enfrentar as minhas “resistências”; as desculpas que inventava e que servia para me tirar do foco principal; desviava a minha mente o tempo todo e criando dificuldades para eu alcançar o meu objetivo.


O Caminho da Prece é rico de mensagens, mas uma em especial chamou demais a minha atenção:

“Com entusiasmo e coragem carregue diariamente sua cruz, conquistando o seu ideal passo a passo”.

Ao meditar sobre a frase, senti como se tivesse percorrendo o Caminho da Prece, carregando o peso da cruz que entrei na igreja durante a procissão de entrada na celebração da missa.


Tenho que seguir o meu caminho carregando o peso da minha cruz, das minhas escolhas, todos os dias,


Mas se eu a fizer com ânimo e vontade, fará com que eu me torne mais humano, e com que eu atinja os meus objetivos com mais facilidade.


O Caminho da Prece me fez mudar a maneira de enxergar o meu desenvolvimento pessoal. Um Caminho, mesmo que curto, exige foco, dedicação e um moderado esforço para atingir a meta.


Os caminhos de peregrinação exterioriza a nossa vida e nos traz à tona, com isso, conclui que só conseguimos memorizar uma sabedoria, quando a vivenciamos e meditamos sobre os acontecimentos que passaram durante a nossa vida, transformando-os em experiência.


Seja em um caminho curto ou em um caminho longo, a forma poderosa de transformar sabedoria em conhecimento... é vivendo um Caminho de peregrinação.


A reflexão nos permite um olhar diferente sobre nós mesmos. E caminhando nos mostra que a vida se faz de coisas simples, desapego, compartilhamento e proporciona bem à alma um prazer espiritual.


Depois de andar no Caminho da Prece posso dizer que é um caminho simples, prazeroso que proporciona momentos de reflexão, contemplação, integração com a natureza e superação de desafios.


O Caminho da Prece é todo sinalizado e pode ser feito em qualquer data do ano só ou acompanhado.


Vamos lá?


Bom Caminho para sua Vida!

Um grande abraço!

Paulo Bertechini


Obs: Se quiser participar da próxima edição de Aniversário do Caminho da Prece, entre no site do Caminho e click em: https://caminhodaprece.com.br .

E procure o Polly e vá conhecer a Casa do Peregrino


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Atualizado: 10 de abr. de 2020

Podcast de Os Passos de Anchieta

A cada passo um encontro consigo mesmo.

Eu sempre ouvia os comentários de que esse caminho atraia centenas de peregrinos. Até que em 2017, resolvi, pela primeira vez, participar da caminhada coletiva oficial de "Os Passos de Anchieta”.


Antes de conhecer o caminho, a impressão que eu tinha, era de que a caminhada fosse como uma procissão de Corpus Christi, daquelas em que o padre carrega uma imagem de um santo, e é seguido por uma aglomeração de mais de três mil fiéis rezando, por todo percurso entre Vitória e Anchieta.


No primeiro dia da caminhada, eu cheguei à frente da Catedral Metropolitana, que é o ponto de inicio do caminho e encontro uma multidão de peregrinos aguardando a benção do padre antes de iniciar o Caminho.


Olhei para tudo aquilo e pensei... Isto aqui está igual a uma largada de maratona. Julgava, sem saber, que seria bem complicado caminhar no meio daquela aglomeração de pessoas.


No inicio, realmente foi bem difícil de manter o meu ritmo de caminhada, já que foi preciso desviar das pessoas mais lentas; às vezes, ultrapassei por fora da calçada quando não havia mais espaço, entre outros obstáculos…


O Caminho seguiu em compasso de procissão até a subida do Convento da Penha, depois disto, os caminhantes se dispersaram. Passamos por um trecho de praias urbanas com dezenas de quiosques, repleto de banhistas e muito barulho.


Eu estava muito determinado a ultrapassar todos os obstáculos e dificuldades do caminho. Para mim, esta foi à fase de provação, como aquelas crises que você tem que passar antes de conseguir atingir o seu objetivo.


No segundo dia, "cheio de gás", saímos caminhando da Barra do Jucu em direção à Praia de Setiba. O percurso é um convite à contemplação da natureza é todo na areia, passando por praias praticamente desertas e de encher os olhos.


Para refrescar do sol, retirei as sandálias e me pus a caminhar com os pés descalços e molhados com as águas salgadas do mar.

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Segui a caminhada pela praia até a lagoa de água doce, onde tomei um belo de um banho, retirando todo o sal do mar e suor do corpo; era como se tivesse lavando a alma e o espírito.


No meio do caminho encontro com uma mulher, que hoje já é considerada uma "lenda" do Caminho de Os Passos de Anchieta. Ela percorre o caminho carregando sua mochila em cima de sua cabeça, com todo o peso de seus pertences.


Está sempre de bom humor, alegre, atenciosa e simpática com todos os peregrinos que sempre pedem para tirar uma foto com ela.


Caminha sem se preocupar com o futuro, sem saber o que vai comer e onde dormirá ao final do dia.


Ela conta com a ajuda das pessoas e, sempre encontra alguém da comunidade, que a oferece um local para tomar banho, jantar e dormir, e assim recuperar as energias para a caminhada do dia seguinte.


O Passos de Anchieta para ela é de total desprendimento e de muita solidariedade.


No terceiro dia, caminhando sozinho, por um longo trecho comecei a "falar com os meus botões", fazendo uma reflexão interior e avaliando os meus propósitos.


Cheguei cansado na Praia de Meaípe, mas feliz por desfrutar da beleza de uma das praias mais bonitas do país. Como prêmio, fui saborear uma bela moqueca capixaba.


No ultimo dia de caminhada, a ansiedade de terminar logo o caminho desapareceu, assim que pude vivenciar o carinho e a solidariedade dos moradores de Anchieta, que ofereciam comidas e bebidas produzidas na região a todos os caminhantes, e eu, muito curioso, experimentei de tudo que era me oferecido.


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O caminho termina depois de subir as escadarias do Santuário de Anchieta, onde fomos recepcionados com confetes, flores e muitas frutas.


Chegada a hora de me despedir, tive uma sensação de bem-estar, felicidade e de dever cumprido.


Um pensamento que acelerou na minha mente é que “Os Passos de Anchieta”, é um caminho de:

  • Contemplação da natureza,

  • Solidariedade,

  • Introspecção e reflexão.


Depois de percorrer o caminho, toda impressão negativa que tinha antes de percorrer o caminho foi desfeita.


E na minha opinião, “Os Passos de Anchieta” é um caminho:

  • bem organizado,

  • que atende os mais exigentes caminhantes,

  • com ótima infraestrutura,

  • bem sinalizado,

  • com pontos de apoio, de água, frutas, banheiros e

  • massagens relaxante ao final de cada etapa".


Bom, depois de conhecer como foi o meu caminho, eu te pergunto:


O que você pretende fazer no próximo feriado de Corpus Christi?

Vamos lá!


E bom caminho para você e bom caminho para sua vida!


Paulo Bertechini


Obs: Se quiser participar da próxima edição de Os Passos de Anchieta”, recomendo entrar em contato com o Lilico da ABAPA - Associação Brasileira dos Amigos dos Passos de Anchieta, ABAPA – www.abapa.org.br »



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O inverno não é considerada a melhor época para fazer o Caminho de Santiago de Compostela, o frio é rigoroso, muitos albergues estão fechados e necessita uma preparação para enfrentar as dificuldades do inverno.


No entanto os dados divulgados monstra um crescimento de peregrinos experientes que estão preferindo realizar a peregrinação durante esta estação do ano, conforme veremos a seguir:


No mês de janeiro deste ano de 2020, o número de peregrinos que percorreram o Caminho de Santiago de Compostela, aumentou 21% em comparação ao mesmo período do ano anterior.


Segundo os dados estatísticos divulgados pela Oficina do Peregrino, no mês de janeiro, 1.999 pessoas percorreram o caminho até o Túmulo do Apóstolo São Tiago, destes 62% são do sexo masculino e 38% do sexo feminino.


Apesar de não superar a quantidade de peregrinos do sexo masculino, o número de mulheres aumentou em 36% em relação ao ano anterior, passando de 563 para 765 peregrinas.


Dentre os peregrinos de origem de fora da Espanha (658) destacam-se os coreanos (364), os italianos (173), os alemães (98), os portugueses (79), estado-unidenses (72) e brasileiros (60).


Dos caminhos percorridos em janeiro de 2020, os peregrinos utilizaram preferencialmente a rota francesa (55%); seguindo o Caminho Português (21%) e o Caminho da Costa Português (6%).


Destes peregrinos 38% percorreram em torno de 150 quilômetros e as principais cidades de partida dos foram O Cebreiro, Tui, Valença do Minho, Sarria e Ferrol.



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Foto do grupo de amigos retirando a Compostela - Caminho Português (maio/2018)


 
 
 
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