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1 - Ao arrumar sua mochila pense bem e lembre-se de uma das leis da Física: todos os corpos possuem massa, logo tudo tem um peso relativo. A soma muitas coisas leves é algo que vai pesar ao longo dos dias. Procure ser prático. Não imagine que tudo de ruim vai acontecer com você. Leve apenas o imprescindível. Se precisar compre ao longo do Caminho.

2 – Não corra risco de uma hipoglicemia saindo pela manhã para caminhar sem se alimentar convenientemente. Coma pelo menos uma fruta, de preferência uma banana que é rica em potássio, tome um café com leite e coma o equivalente a um pão de 50 gramas.

3 – Não deixe para beber água somente quando tiver sede. A sede já é um dos sintomas da desidratação. Beba líquidos de hora em hora pelo menos 500 ml. Você pode não perceber mas seu corpo transpira e elimina água e sais minerais importantes para sua hidratação.

4 – Não se alimente abundantemente no horário do almoço se a sua pretensão é caminhar logo em seguida. Coma um sanduíche caprichado e uma fruta por volta das 12 horas e deixe para jantar com fartura.

5 – Sempre que for iniciar a sua caminhada ou quando parar para descanso, faça pelo menos de 3 a 5 minutos de alongamento. O seu pescoço, ombros, braços, quadris e pernas vão agradecer.

6 – Ao sair pela manhã se a temperatura estiver fria, saia agasalhado, faça o seu alongamento e aos poucos vá acostumando a sua temperatura interna com a externa. O choque térmico da temperatura ambiente (fria) com o seu corpo (quente) pode lhe ocasionar um estiramento muscular, uma contratura, ou um torcicolo daqueles que você não vai se esquecer nunca mais.

7 – Beber um vinho enquanto você caminha é ótimo, mas só o faça se você tem hábito de beber vinho, pois a bebida alcoólica desidrata, vai lhe causar mais sede, e pode provocar de quebra uma baita dor de barriga.

8 – Leve sempre na sua mochila uma barra de chocolate, um sanduíche e uma fruta, para fazer o seu lanche no Caminho, porque você pode passar por um pueblo e não encontrar nada funcionando. Não deixe também de ter um rolo de PH na mochila. Nem sempre tem nos bares ou até nos albergues, é voce só dará o valor exato ao PH quando voce precisar dele.

9 – Normalmente as fontes de água pelo Caminho são potáveis. Em caso de dúvida compre uma garrafa de água na tienda. Se você se preocupa mesmo com o fantasma da contaminação nem peça para colocar gelo no copo. Aliás nem peça o copo que pode estar mal lavado. Se não for bebida em lata, beba direto da garrafa sem encostar a boca no gargalo (que exagero !!!!). Não vale a pena correr o risco de ter uma infecção intestinal.

10 – Mesmo que você vai deixe ao acaso onde parar, antes de sair do albergue pela manhã procure saber a infra-estrutura existente nesta etapa, onde estão as tiendas, distâncias a percorrer na sua proposta de caminhada naquele dia, mesmo que você não a cumpra integralmente. Isso vai lhe dar confiança e segurança. 11- Procure também saber o que o albergue seguinte onde você pretende pernoitar lhe oferece, se tem cozinha ou não, se tem restaurante ou não na localidade, para não ter surpresas desagradáveis.

12 – Embora seja difícil encontrar, se surgir um cão com olhar de poucos amigos, procure não perder a calma ou manifestar medo(eu sei que é difícil…). Não faça gestos bruscos. Dizem que diante do medo nosso corpo libera endorfinas e adrenalina (sei lá….) que o animal percebe com o seu faro…e pode vir a atacar…..mas não abra mão da sua defesa…Use sem titubear e com energia o seu cajado….. Normalmente os cães que estão soltos são dóceis, e se você não resiste (como eu…) a fazer um afago, não coloque nunca a sua mão por cima da cabeça do animal pois ele pode se assustar (seus olhos funcionam como lentes que aumentam o tamanho de tudo). Assim aproxime a sua mão por baixo da boca do animal para que ele sinta primeiro o cheiro da sua mão, e ofereça um petisco que você previamente tirou da mochila (se ele gostar do cheiro da tua mão pode ser que ele te dê uma mordida por gostar do cheiro…em vez de optar pelo petisco).

13 – Não acredite nunca que para baixo todo santo ajuda. Sirva-se do cajado para travar o ímpeto da descida e para não maltratar os joelhos. Siga as recomendações dos fabricantes de automóveis e da sinalização das estradas: use a mesma marcha para subir e descer.

14 – Peregrino não é boiada (onde todos caminham juntos) e muito menos novela (prá você acompanhar) . Essa é uma regra geral. Cada um tem o seu Caminho e seu ritmo próprio. Logo siga seus passos e mantenha uma regularidade para caminhar.

15 – Você não está no Caminho de Santiago para ficar estressado. Converse com as pessoas dos pueblos, com os pássaros, com as árvores, com os rios, com as pedras, com as nuvens com o sol….não veja nisso um sintoma de loucura.

16 – Não deixe chover a cântaros para colocar a sua capa de chuva. É melhor parar ao perceber que o tempo fechou, colocar a capa com calma. Se não chover você para de novo e tira a capa. Você não vai perder mais de 5 minutos com essa atividade. Muito pior será fazer tudo correndo e rasgar a capa, sujar a mochila, e ter estiramento muscular correndo da chuva. Acredite, essa também é uma regra quase infalível. Se o tempo na Espanha fechar é porque vai chover mesmo.

17 – Ao parar de chover permaneça pelo menos uns 15 minutos com a capa para escorrer o mais possível a água da chuva da sua capa para guardá-la e não ficar com mau cheiro e molhar outros pertences….ao chegar no albergue coloque-a para secar.

18 – Preferencialmente caminhe pelos “andadores” que existem nas margens das rodovias(carreteras) mas se for inevitável caminhar pelo acostamento das estradas caminhe sempre pela contramão, pois assim você estará vendo o veículo que vem na sua direção.

19 – Não caminhe jamais olhando para o chão. Mantenha os seus olhos para o horizonte e sempre que possível pare e olhe um pouco para trás e veja o quão belo é o percurso que você já percorreu.

20 – Mantenha extremo cuidado ao transitar nos grandes centros urbanos. Você estava no meio de bosques, vales e belas paisagens que certamente o deixou enebriado e assim você pode ficar meio desligado dos perigos do trânsito urbano e não ter a atenção devida para atravessar uma rua ou um semáforo.

21 – Não pense que violência urbana só tem no Brasil. Na Espanha também tem. Então cuidado com sua pochete, seu cartão de crédito, sua mochila, ou sua bicicleta. Evite mostrar o total de dinheiro que você tem. Leve no bolso somente o necessário para uso naquele dia, o resto guarde bem guardado.

22 – Tire uma cópia da sua passagem aérea, do seu passaporte e até mesmo do seu cartão de crédito. E mande para seu e-mail. Você não está livre de perdê-los ou tê-los roubados, com a cópia fica mais fácil obter uma segunda via ou fazer uma reclamação.

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Atravessar os Pirineus representava para os primeiros peregrinos que vinham de terras distantes, um verdadeiro desafio. Hoje, continua sendo uma das etapas mais difíceis do Caminho, mas também uma das mais belas.



Saint Jean Pied de Port


Saint Jean Pied de Port, é uma bela cidade da França, onde convergem as três grandes vias do Caminho de Santiago no território francês, dos que partem de Paris, dos fazem desde Le Puy e dos provenientes de Vecelay.


Esta localidade de grande tradição peregrina conserva uma Cidade fortificada no alto da colina, que foi construída no ano de 1628, é um cidade antiga, e que merece a pena visitar.

Saint Jean se abandona partindo da Igreja de Nossa. Senhora, cruzando a ponte sobre o Rio Nive e seguindo pela central e comercial Rua d´Espagne, e saindo do antigo recinto amuralhado pela porta de mesmo nome, a “Porta da Espanha”.


Os dois primeiros quilômetros do caminho é por uma forte subida e por uma estreita pista asfaltada, sinalizada como“Chemín de Compostela” ou “Rota de Napoleão”.

Um pequeno percurso urbano de subida desde o primeiro passo, que se supera parte seguindo a estrada e outra parte por empinados atalhos bem sinalizados.


A 5.3 quilômetros da saída, chega ao primeiro “respiro” onde se encontra Huntto, uma pequena aldeia que se oferece alguns serviços, onde podemos repor as forças no bar de turno. A partir deste local a descida se faz mais pronunciada e a paisagem começa abrir com imponentes ondulações e paisagens alpinas.


Seguindo pela estrada de asfalto do caminho, até encontrar novo atalho, que deixa a estrada a direita. Superado o mesmo, encontrará com o primeiro altiplano de espetaculares vistas, o caminho se segue por uma pequena descida. Novamente conectado com a estradinha, o caminho te levará até o refugio/albergue de Orisson, onde pode-se ficar, se saiu de Saint Jean pela tarde (deve-se fazer a reserva com antecedência); o refugio fica aberto somente de março a novembro e possui 18 camas distribuídos em 3 quartos e está localizado a 7.5 Km. de Sain Jean Pied de Port.

O peregrino tem optado também pela chamada Rota Imperial, (calçada romana Burdeos-Astorga), porém devemos apontar que, na época do inverno não é aconselhável seguir por este itinerário por causa dos nevoeiros e neves, sendo melhor usar a rota alternativa: A estrada de asfalto que passa por Valcarlos.

O Peregrino deverá superar no inicio do caminho com até 12 quilômetros de subida íngreme para alcançar o colina de Bentartea ou passagem de Napoleão, onde uma fonte que fica a esquerda e é a referencia que o conduz, depois de uma pequena decida, em uma área harborizada, e mais tarde e atrás de uma encruzilhada de caminhos a direita se chega a colina de Lepoeder, a maior altitude do percurso com 1440 m.

O peregrino, já em território espanhol, estará diante de uma das paisagens mais belas e desde onde já se poderá vislumbrar o vale de Roncesvalles.


Iniciado a descida, o caminho oferece duas alternativas: a primeira que desce abruptamente (bajada com fuertes pendientes) e vai direto até o Monastério de Roncesvalles, e a segunda mais longa, porém muito mais suave (recomendada), que leva pelo caminho até o lugar onde se evoca a proeza de Rolando e seus sete pares. Por uma preciosa paisagem e se chega ao final da etapa.

“O Conde Rolando sobrinho de Carlos Magno, morreu junto a seus homens na batalha de Roncesvales, travada no desfiladeiro do mesmo nome contra os sarracenos. A batalha, foi travada em 15 de Agosto de 778 entre a rectaguarda do exército de Carlos Magno, sob o comando de Rolando, e representou a luta dos cristãos contra a conquista moura na península Ibérica. Bravamente resiste aos ataques dos inimigos, morrendo em defesa da honra e da fé cristã”.

Rota Alternativa

Em épocas de grandes nevadas, nevoeiro ou chuvas, é relativamente perigoso escolher a rota que descrevemos como a principal, que naturalmente é mais divertida, mais atrativa e mais peregrina. Porém quando se observam as circunstancias informadas, o mais aconselhável é percorrer esta etapa seguindo a estrada que passa por Valcarlos, a qual não se abandona até chegar a mesma cidade de Roncesvalles.


Todo o percurso é realizado por asfalto, salvo pequenos atalhos que simplificam as conhecidas e típicas curvas de todo traçado de asfalto ao redor da montanha.

Em compensação, passando pela cidade de Valcarlos, servirá para lembrar que neste lugar se estabeleceram as principais forças do Imperador Carlos Magno, no seu regresso das campanhas militares bélicas pela península Ibérica.


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