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Caminho Caipira

Atualizado: 16 de abr. de 2020

“Um Caminho para cuidar da Saúde do Corpo e da Saúde da Alma”



Acompanhe a leitura ouvindo o podcast Café Peregrino:


O Caminho Caipira, das irmãs Luciana, Marciana, Poliana e Ariana, é um Caminho para você cuidar da saúde do corpo e saúde da alma.


E espero conseguir passar a vocês, os meus verdadeiros sentimentos de quando estive no caminho, e como eu cheguei a esta definição para o Caminho Caipira. Eu me considerava uma pessoa que sabia o que colocava para dentro da minha vida, e que, sabia cuidar muito bem do meu corpo e da minha alma, até quando eu parei para meditar sobre o que aconteceu comigo no Caminho Caipira.


A convite da minha amiga peregrina Marciana, eu organizei um grupo de amigos e fomos caminhar em Borborema no “Caminho Caipira”.

Fazia parte do nosso grupo, a nossa mascote Dorô, uma peregrina de 90 anos que tem muita coragem, força de vontade e vitalidade como ninguém. Ela é um exemplo para muitas pessoas que adora caminhar.

Lotamos uma Van com 12 amigos e fomos…

Saímos de São Paulo às 8h00 da noite e chegamos às 3h00 da manhã em Borborema. Na chegada, a Marciana nos “fez as honras da casa” com alegria e simpatia de moça do interior.

Eu me senti bem acolhido, era como já se fosse da família e estivesse chegando à casa de uma prima que mora na roça.

Imagine-se ficar em um sítio lindo, seguro, agradável, na natureza e que tem um significado especial para você. Então, é lá o Caminho Caipira.

O dia amanhece, e como em toda na roça, o galo anuncia o amanhecer de um novo dia. E para alimentar a nossa alma, uma orquestra de passarinhos começam cantar.

Levantamos e demos as caras a um lindo fenômeno da natureza: Uma cabra acabava de dar à luz a um lindo cabritinho; ele estava todo molhado e encolhido, enquanto sua mãe o lambia como se estivesse abençoando a sua chegada.

Enquanto isso, o cuidador do rebanho de cabras, alimentava os cabritinhos com uma enorme mamadeira de leite com um composto, que é para ajudá-los a crescer com força e resistência.


E fomos para o café da manhã, que foi de arrasar.


A mesa estava repleta de bolos, pães, frutas e alimentos frescos à base de leite de cabra: queijo branco, ricota, iogurte, manteiga, além de café, leite, geleias e muitas outras gostosuras.


Tudo feito por eles próprios e com produtos colhidos do sítio Caipira.

E, como eu tenho o olho maior que a barriga, pensei: “enquanto eu não conseguir devorar toda esta comida não vou sair da mesa.”

No entanto, para a nossa saúde, devemos nos alimentar compreendendo o sentido de que estamos colocando algo no nosso corpo apenas para nos dar mais energia, e portanto, devemos comer somente o necessário.

E para nos colocar em movimento, a Marciana dá o pontapé inicial da nossa aventura pela roça e partimos caminhando por uma trilha toda sombreada, em um pequeno trecho de mata atlântica preservada.

É lindo observar e ouvir a natureza e quem sabe, se tivermos sorte, conseguir ver alguns dos bichos escondidos no meio da mata.

É hora de alimentamos a nossa alma sentindo o cheiro de mato, um momento de parar e observar a respiração, perceber o ar entrando pelas nossas narinas e sendo expelido dos pulmões.


A respiração consciente nos ajuda na saúde psicológica e na cura da ansiedade.

A Marciana fala de coração que aquele lugar é o quintal da casa dela e relembra dos bons momentos vividos ao lado de seu pai, e que desde menina ela o acompanhava em suas caminhadas pelo bosque.

Deixamos a mata e colocamos a Dorô no carro de apoio. Ela reclama, quer continuar caminhando, mas não tem jeito, o próximo trecho do Caminho Caipira há alguns obstáculos que temos de ultrapassar e enfrentar e, para a saúde dela é melhor que fique esperando no carro e nos encontre no próximo trecho do caminho.

Ao passar pelo arame farpado, do outro lado da rodovia, encontro a Dorô que me diz de forma ansiosa e morrendo de vontade de caminhar:


— Por que demoraram tanto tempo! Vamos logo Paulo que eu quero caminhar!


E seguimos o caminho por uma estrada rural, passamos por um trecho bem fácil com apenas uma leve inclinação e sem obstáculos a serem superados.

Começamos a caminhar juntos, um segundo que parei e fui ao banheiro no mato, quando eu volto, a Dorô não está mais no meu campo de visão e começo a procura-la, e dou um grito:


— Dorô! Cadê a Dorô?


Caminho rápido até chegar no alto do morro, e de lá dou de olhos com a Dorô, e a vejo caminhando sozinha em ritmo coordenados com os seus inseparáveis cajados.

Estava a mais de um quilômetro à minha frente, eu até que tentei alcançá-la, mas ela parecia que “estava com a macaca”.


Caminhava rápido, com vontade e disposição como ninguém. Eu só consegui alcançá-la quando ela parou em uma fazenda de apoio para abastecer de água.

E por falar em macaca, entramos por uma trilha de mata preservada e repleta de macaquinhos que vinham nos recepcionar. Expertos eles corriam de um lado para o outro, a bem da verdade é que estavam em busca de comida, eram ligeiros, pegavam a fruta da nossa mão e corriam para comer dentro da mata.

Saímos da fazenda e fomos conhecer o rio tietê que passa por Borborema, bem diferente do rio que corre em São Paulo, lá ele chega limpo, repleto dos mais variados tipos de peixes.

Olhando para a grandeza do rio, fiz um exercício de fechar os olhos e meditar, tentando não pensar em nada. No início foi bem difícil, até que consegui me concentrar, mais foi só ouvir o barulho do meu estômago roncando me chamando para o almoço.

Assim seguimos para a casa da Ariana, onde foi servido um almoço caipira de encher os olhos; no cardápio tivemos: Arroz, feijão, carne, frango ao molho com polenta e quiabo, entre outras delícias da roça. Estava tudo saboroso, um tempero fora de série, uma comida caseira, simples, feita com muito amor e carinho no fogão a lenha. O frango ao molho com polenta lembrou o que a minha mãe preparava para mim, quando eu passava o final de semana na casa dela, na cidade de Lins.

E ainda tinha a sobremesa: queijo branco com doces caseiros feitos ali mesmo pela Ariana. Depois deste banquete todo, sem dúvida nenhuma fui tirar um cochilo no redário.

A Marciana nos convida a conhecer o cantinho do caminho caipira, uma casa que elas transformaram em um pequeno museu, onde vendem os doces e outros produtos produzidos na roça. E também serve para reunir o grupo, descansar da caminhada e tomar o chá da tarde.

Nos reunimos na varanda e ficamos esperando pelo chá da tarde.


E, eis que surge uma senhora idosa, a dona “Nhá Colaca”, bem alegre com seu jeito modesto e simples com o bule de chá de erva cidreira e começa servir a cada uma das pessoa do grupo.

Sentada em sua cadeira de balanço, ela começa a contar os causos do "Pito Aceso" e das experiências da vida na roça. E começa contando:

“Existem tantos acontecimentos inexplicáveis nessa vida que sempre nos perguntamos: Será verdade ou mentira? Será que realmente aconteceu ou sonhamos? São os tais mistérios… e continua...”.


E aí? Ficou curioso em saber dos causos do “Pito aceso”?

Então, você terá que ir lá no Caminho Caipira para ouvir da própria dona Nhá Colaca.

A noite, para encerrar com chave de ouro, tivemos um jantar inesquecível, mais uma uma surpresa do Caminho Caipira: um jantar no estilo Italiano com pães, queijos, berinjelas e massas, tudo feito com mão de mestre pelos chefs de cozinha Luciana que morou na Itália e seu marido Italiano.

Após o jantar, nos reunimos em volta da fogueira, com pipoca, vinho e chá de ervas para acalmar, enquanto isso alimentamos a nossa alma compartilhando os causos e músicas cantadas pelo nosso amigo e peregrino Ribeiro.

A noite, deitei na cama e comecei a pensar em tudo que fizemos durante o dia, e a avaliar se fui coerente com o meu sentido de vida, por fim, cai no sono e dormi como um anjo.

Quando dormimos bem, o nosso emocional e a nossa mente descansa e ficamos renovados para enfrentar o nosso dia a dia.

No dia seguinte, o cabritinho que nasceu ontem já está de pé e começa a pintar o caneco e vai correndo de um lado para outro em busca da mamadeira para alimentar o seu corpo.

E assim, a vida na roça continua e vamos alimentando o nosso corpo e a nossa alma e começamos a viver tudo de novo…

Depois de chegar até aqui lendo o meu relato do caminho você já deve estar se perguntando: O Caminho Caipira é para você Caminhar ou é só para Comer?


E eu te respondo:


Com a experiência que eu tive ao percorrer o Caminho Caipira foi acima de tudo, um caminho que :

Aprendi que precisamos nos alimentar com comidas saudáveis, que serve para purificar e libertar o corpo e a alma;

Me inspirei com os bons exemplos, com amor e amizade das quatro irmãs, o respeito as leis da natureza, os pássaros, o cabritinho, o rio limpo e, tudo que vivi no caminho serviu de lição e me fez renovar.

Lavei a alma ao tirar de dentro tudo que me contamina, limpei as impurezas, higienizei a mente e me purifiquei dos pensamentos que não são meus e voltei para casa apto para receber coisas novas;

Organizei a mente, me capacitando a ter noção das ideias que outras pessoas estão alimentando a minha mente, e das mensagens que estou passando para as pessoas a minha volta;


Aprendi a cuidar e libertar das coisas que alimenta o meu emocional, e,

Conclui que para eu ter uma vida saudável, tenho que alimentar o meu corpo e a minha mente com coisas boas, saudáveis, fazer exercícios, alongar, meditar e repousar, fazendo tudo com moderação, evitando os extremos e os excessos.

“O Caminho Caipira além de tudo é um Caminho para você cuidar da saúde do seu corpo e da saúde da sua alma”.


E a Dorô sempre me pergunta:

— Paulo , quando vamos voltar naquele caminho do sitio das irmãs?

A Dorô pode não se lembrar de muitas coisas, mas ela sempre lembra dos momentos saudáveis que marcaram a sua vida e de quem a recebeu com amor e carinho.

Eu já fui três vezes e pretendo repetir outras vezes os caminhos que me inspiram para uma vida de sabedoria.

Espero ter conseguido passar um pouco do espírito do Caminho Caipira e não sei se vai concordar com tudo que eu escrevi, mas de uma coisa eu tenho certeza:


Você vai se arrepender de não ter conhecido antes o Caminho Caipira e quando for, vai querer voltar.

Se ao conhecer a minha experiência despertou um sinal, um desejo dentro de você para um dia ir conhecê-lo, não perca mais tempo.

Vá para o Caminho Caipira!

Um bom Caminho para você! Bom Caminho para sua Vida!

E um grande abraço!

Paulo Bertechini


Se quiser participar da próxima edição, recomendo entrar em contato com a Marciana no site do Caminho e click em: www.caminhocaipira.com.br




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