Especialistas do Incor comprovaram que depois de exercícios leves pacientes idosos controlam melhor a pressão alta
É tão simples, só um passo depois do outro. Mas, e se for o começo de uma grande mudança? Aquele momento em que você caminha para conquistar um sonho. Anda em busca de uma vida melhor e mais longa, põe à prova o tamanho da sua fé.
Longas jornadas sempre estiveram ligadas à história do homem, mas até a caminhada mais curta pode ser o início de uma nova vida.
“Para você deixar de ser sedentário, você tem que caminhar mais do que dez mil passos por dia. Ao invés de pegar o carro para ir trabalhar, ao invés de pegar o elevador, sobe escada, vai pegar o metrô, isso pode ser distribuído, e também a caminhada no parque”, explica o médico Carlos Eduardo Negrão, diretor da Unidade de Reabilitação Cardiovascular do Incor.
Ele garante: caminhar faz bem. E uma turma comprova. Eles passeiam num lugar que tem o nome perfeito: o Parque da Neblina, em Mogi das Cruzes/SP. A maioria passou dos 70, com fôlego de 30. Duvida? Antes da caminhada, João e Ruth receberam no Instituto do Coração de São Paulo um aparelho que mede a pressão arterial. Para Dorotea Queiroz, a Dorô, de 88 anos, reservaram um frequencímetro, um monitor de batimentos cardíacos. Os médicos vão avaliar o efeito da caminhada sobre a pressão e o coração deles.
Viúvo, João Carlos Marcon, de 70 anos, descobriu que caminhar também é ótimo para fazer amigos. E que nunca é tarde para começar. “Eu faço caminhadas há quase 10 anos. Comecei com 62”, diz Ruth Cintra.
Duas educadoras físicas do INCOR caminham de olho no coração de Dorô. A trilha é curta para o padrão deste pessoal, mas está cheia de surpresas. Sete quilômetros de Mata Atlântica milagrosamente preservados, pertinho de São Paulo.
Dona Ruth vai caminhando e apreciando a paisagem. De vez em quando, para um minuto para o aparelho registrar a pressão.
O coração de Dorô fez bonito. Mesmo no maior esforço, os batimentos não passaram de 135 por minuto. Excelente para quem está perto dos 90 e ainda consegue caminhar sete quilômetros na maior alegria.
“Ela já faz atividade físicas regularmente e isso evita que a pressão eleve muito mais”, explica Clevia Passos, educadora física do Incor.
E a pressão de João e Ruth? Será que a caminhada teve algum efeito? Doutores em medicina e educação física, especialistas do Incor comprovaram que depois de exercícios leves pacientes idosos controlam melhor a pressão alta.
“Pressão 133 por 77, que é um valor bem normal. Pessoas mais idosas tendem a ter a máxima um pouquinho mais alta. Então isso já mostra que o fato dela caminhar regularmente tem um efeito benéfico sobre a pressão. Agora, o seu João tem uma pressão também totalmente normal”, diz Luiz Bortolotto, diretor da Unidade Clínica de Hipertensão do Incor.
O doutor Negrão recomenda uma avaliação médica antes de se aventurar em longas peregrinações. E pode estar certo: mesmo a mais suave das caminhadas ajuda a ter ainda mais energia.
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